Embora muita coisa tenha mudado de tempos pré-históricos pra cá, alguns hábitos permaneceram, seja pelo próprio instinto, seja por estereótipos que fixam o homem como sendo essencialmente provedor material da família. Isto se reflete em muitos aspectos da vida, como por exemplo o autocuidado e a saúde. Por vezes o urologista é o primeiro médico que o homem se consulta por volta dos 40 – 50 anos de idade, e é nessa consulta que acaba relatando diversos questionamentos que estavam “entalados” na garganta, preocupações que tiram noites de sono, mas que são deixadas pra lá!
Dentre os muitos atendimentos que fazemos, por vezes chegam casais tentando ter sua primeira gestação.
Na maioria das vezes a mulher já foi avaliada e reavaliada por diversos profissionais, enquanto o homem sequer passou por uma consulta, afinal, após toda relação há liberação de esperma, porque se preocupar? Após inúmeros pedidos, feitos pela cônjuge ou por familiares, lá aparece ele para ser avaliado.
Num primeiro momento, acanhado, não sabe muito bem o motivo de estar ali, é um ambiente diferente em que a atenção está voltada somente a ele. Mas a paternidade começa antes mesmo da concepção, sendo que para uma gestação acontecer o casal deve estar em condições que permitam o encontro das células reprodutoras e o desenvolvimento do embrião. Nesse contexto, uma série de alterações podem ser encontradas no sistema reprodutor masculino, que dificultam esse processo.
O diagnóstico e o tratamento corretos permitem conseguir a gestação em tempo menor, evitando gastos desnecessários com tratamentos ineficazes e estresse no relacionamento. Preocupar-se com o início da gestação e seu desenvolvimento já é preocupar-se com a paternidade. Estar em boas condições de saúde garante além da gestação, o envolvimento do casal, que será importante não somente durante a gravidez, mas também após o parto.
Entre outros pontos positivos, a participação do pai aumenta a probabilidade de amamentação durante o primeiro ano, melhora o desempenho escolar e as taxas de delinquência, tendo impacto positivo para o desenvolvimento das crianças. Como forma de mudar a atual percepção de saúde, algumas campanhas foram criadas, como a avaliação da próstata, que visa a detecção precoce do câncer neste órgão, fazendo desse atendimento muitas vezes a porta de entrada para o sistema de saúde.
Ainda mais abrangente, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH), foi criada para ampliar o acesso a saúde, estabelecendo direitos dos homens e criando alternativas para o fácil acesso ao sistema de saúde.
Conquistas foram obtidas ao longo dos anos, como o direito a licença a paternidade por 5 dias, adquirido com a constituição de 1988 em seu artigo 7°, sendo ampliado para mais 15 dias com a Lei n°13.257, de 8 de março de 2016, direcionado a funcionários de empresas cidadãs. Ainda sobre a PNAISH há o programa Pai Presente, que oferece o Pré-Natal do Parceiro, em que é oferecido atendimento médico ao homem, realizando exames de sangue de rotina, aferição de pressão arterial e testes rápidos para DST’s. Garante-se por lei aos funcionários registrados em CLT, o direito de acompanhar duas consultas médicas durante o período de gravidez, bem como acompanhar o filho ou filha em uma consulta médica por ano até os 6 anos de idade.
Reconhecendo que ainda não chegamos onde queremos e que ainda temos muito a caminhar, há também que se reconhecer uma maior participação masculina no sistema de saúde. Com a facilitação do acesso, divulgação por meio de campanhas e estabelecimento de leis que respaldem o cuidado com a saúde, um maior número de homens tenderá a procurar o consultório médico a fim de poderem viver mais e com maior qualidade de vida.
A participação e noção de responsabilidade antes, durante e após a gestação aos poucos auxiliam na constituição do lar e criação dos filhos que hão de vir.
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